23 de novembro de 2024 8:31 AM

Reprodução | Instagram

Obama liga para Kamala Harris e manifesta apoio

Eleição dos EUA está marcada para 5 de novembro, com disputa entre o ex-presidente republicano Donald Trump e um candidato do Partido Democrata.

Por g1 

O ex-presidente dos Estados Unidos Barack Obama manifestou publicamente seu apoio à pré-candidatura de Kamala Harris à Casa Branca, nesta sexta-feira (26). A atual vice-presidente norte-americana se tornou o provável novo nome do partido Democrata para disputar a presidência após o presidente Joe Biden desistir de concorrer à reeleição.

A eleição norte-americana está marcada para 5 de novembro. Pelo lado do Partido Republicano, o nome escolhido para a disputa foi o do ex-presidente Donald Trump.

Apesar de Kamala ser a provável indicada, ela deve disputar a nomeação com o senador Sherrod Brown – o candidato oficial será definido em uma convenção em Chicago, marcada para 19 de agosto.

Obama e Kamala publicaram nesta manhã o mesmo vídeo em seus perfis na rede social X (antigo Twitter). A gravação mostra a pré-candidata recebendo uma ligação de Obama e sua esposa, Michelle. Vale lembrar que Biden também publicou um vídeo em que mostra um telefonema para convidar Kamala para ser sua vice nas eleições de 2020 (veja mais abaixo).

No vídeo divulgado nesta sexta, a ex-primeira-dama chama a possível candidata dos democratas de “minha garota, Kamala” e afirma estar orgulhosa dela. “Isso será histórico”, diz Michelle no vídeo. Kamala respondeu dizendo que o apoio e a amizade deles significa muito.

“Nós ligamos para dizer que Michelle e eu não poderíamos estar mais orgulhosos em apoiar você e vamos fazer tudo o que nós pudermos para que você passe por essa eleição, e chegue ao Salão Oval (gabinete do presidente dos EUA)”, declarou Barack Obama.

Ele também sugeriu, em seu post no X, que a conversa entre os dois teria acontecido há alguns dias, e que teriam afirmado à Kamala que ela seria “uma presidente dos EUA fantástica”.

Essa foi a primeira vez que Obama apoiou Kamala publicamente. Porém, segundo a agência de notícias Reuters, ele já havia expressado total apreço pelo nome dela no particular – tanto que ambos mantinham contatos regulares toda semana.

As agências de notícias especulavam que a demora em fazer uma declaração pública se deu porque o ex-presidente tem uma forte amizade com Joe Biden, e o apoio poderia abalar a relação dos dois, a depender de como fosse feita.

De todo modo, existia uma expectativa do apoio porque Kamala já teria o número suficiente de delegados para ser nomeada a candidata à Casa Branca. De acordo com o levantamento realizado pela Associated Press, no começo desta semana, ela alcançou a marca de 2.579 delegados — são necessários 1.976 para a nomeação.

Os delegados representam a vontade dos membros do Partido Democrata durante as primárias – nome dado a votação interna para decidir quem será o nome oficial que concorrerá com Trump.

De todo modo, o candidato republicano já escolheu Kamala indiretamente como sua adversária oficial, já que os dois tiveram diversos momentos de embate nesta semana. Com o senador Sherrod Brown, Trump não chegou a ter embates com afinco (veja aqui).

Biden também convidou Kamala por ligação

O atual presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, usou a mesma saída para divulgar o convite feito para Kamala Harris ser sua vice-presidente na última eleição, em 2020.

Um vídeo, publicado em 12 de agosto daquele ano, no YouTube, mostra uma ligação entre os dois. Biden telefona para Kamala e pergunta se ela está preparada para trabalhar. Ela, então, responde: “Ai, meu Deus, eu estou preparada”.

Em seguida, ele pede para que ela confirme se está realmente interessada no cargo, e a democrata diz: “a resposta é com certeza, sim”. Kamala afirma ainda estar honrada e animada com o convite.

À época do convite, os EUA viviam uma onda de protestos antirracistas e contra a violência policial, liderados pelo movimento “Black Lives Matter” (“vidas negras importam”, em tradução livre do inglês). O estopim foi o caso de George Floyd, um ex-segurança negro que foi morto durante uma abordagem policial.

Por isso, Biden foi pressionado pelos democratas para que escolhesse como vice uma mulher negra. E a escolha de Kamala para integrar a chapa foi vista como um aceno do partido às minorias, sendo ela mulher, negra e filha de imigrantes.

A opção por Harris foi fundamental para a eleição de Biden porque funcionou como um chamariz para convencer eleitores negros a votar no pleito de 2020.

Tradicionalmente, os negros americanos votam em candidatos democratas. Eles foram votos-chave, por exemplo, na reeleição de Barack Obama, em 2012, quando bateram recordes de comparecimento. Na eleição seguinte, em 2016, quando a chapa democrata não tinha nenhum negro, Hillary Clinton perdeu para o republicano Donald Trump — e o pleito foi marcado pela menor participação de eleitores negros em 20 anos.
Joe Biden foi eleito, em 7 de novembro de 2020, o 46º presidente dos EUA. Kamala Harris se tornou a primeira mulher a ocupar o cargo de vice-presidente dos Estados Unidos.

Embate de Kamala e Trump
A tensão entre Kamala Harris e Donald Trump vem aumentando nos últimos dias, com uma troca de acusações entre os dois enquanto a agenda da vice-presidente assume um tom cada vez mais eleitoral.

Ao mesmo tempo em que Harris acusou o candidato republicano de arrastar o país para “um passado obscuro”, o magnata afirmou que os democratas tiraram Joe Biden da disputa para colocar em seu lugar uma possível candidata “lunática” e “mentirosa”.

Em mensagem na rede social X, Kamala disse estar preparada para debater com Trump, e acusou o adversário de recuar após concordar com um debate em 10 de setembro.

Dias atrás, o republicano afirmou que estava “absolutamente disposto” a debater com Kamala, mas ele não concorda com a emissora de TV escolhida.

A troca de acusações entre os dois seguiu. O programa dos republicanos “é um plano para devolver os Estados Unidos a um passado obscuro”, disse Kamala à Federação Americana de Professores, reunida em Houston.

“Trump e seus aliados extremistas querem levar nossa nação de volta a políticas econômicas fracassadas, à luta contra os sindicatos, à volta das isenções fiscais para os bilionários”, acrescentou a pré-candidata democrata, que deve ser oficialmente indicada na convenção do partido em agosto.

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