Por: Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA)
A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, foi nomeada nesta quinta-feira (16/11) uma das 100 lideranças climáticas mais influentes do mundo em 2023 pela revista americana Time. Outros homenageados incluem o enviado especial dos Estados Unidos para o Clima, John Kerry, a primeira-ministra de Barbados, Mia Mottley, e o fundador da Microsoft, Bill Gates. Além de Marina, também representam o Brasil o fotógrafo Sebastião Salgado e o geólogo Marcelo de Oliveira.
A ministra “trabalha para construir resiliência climática e limitar o desmatamento”, afirmou a revista, que destacou a queda de 22,3% no desmatamento na Amazônia de agosto de 2022 a julho de 2023 em relação ao período anterior. A taxa oficial de desmatamento no bioma, segundo dados do sistema Prodes, do Inpe, foi de 9.001 km², a menor desde 2019.
Ano após ano, “enfrentamos cada vez mais as consequências da falta de ação” para combater a mudança do clima, declarou a ministra. A sequência de eventos extremos sem precedentes em 2023, completou, mostra que o mundo deve priorizar a adaptação:
“Adaptação é por definição local e demanda muito dinheiro, mas perder vidas não é uma opção e a responsabilidade que compartilhamos é global”, disse Marina. “Lamentável que tenhamos perdido tempo precioso para a ação climática nas últimas duas décadas porque o lobby do combustível fóssil agiu para bloquear um muito necessário progresso. A conta agora é muito mais cara e ficará impossível de ser paga se perdermos mais tempo.”
Indagada sobre qual é a ação mais importante que um governo, companhia ou população pode fazer para avançar a agenda do clima, Marina disse que há um raro consenso científico sobre o que acontece com o planeta e os custos da inação. O mundo já tem grande parte das respostas técnicas necessárias para uma transformação ecológica, completou, mas falta “compromisso ético”:
“A coisa mais importante que todos precisamos urgentemente fazer é romper com o ciclo vicioso de acharmos que a realidade já está sendo mudada por nós, governos e sociedade, apenas por concordamos sobre algo”, afirmou a ministra. “O que falta é compromisso ético de usar recursos tecnológicos, humanos e financeiros para aumentarmos nossa chance frente às graves consequências da mudança do clima”.
A ministra reforçou também que, para haver sustentabilidade ambiental, é necessário garantir sustentabilidade política. Isso, afirmou, “significa fortalecer democracias e empoderar cidadãos para votar e escolher o que é melhor para eles, incluindo novas leis sobre mudança do clima”.
Outros nomeados
As 100 lideranças climáticas mais influentes do planeta foram selecionadas pelos especialistas da Time, que consideraram a ciência recente e priorizam indicados de quatro áreas: energia, natureza, finanças, cultura e saúde.
Sebastião Salgado, segundo a revista, foi homenageado por seu trabalho como fundador do Instituto Terra, que busca recuperar a Mata Atlântica, e da Empresa Amiga, programa que arrecada fundos de corporações para restauração da floresta e de bacias hídricas.
“Só há uma única forma de progredir com a agenda do clima no mundo em nível pessoal, corporativo ou estatal, que é plantar árvores”, disse o fotógrafo. “Ao plantar árvores, resolveremos o problema planetário do carbono e, mais importante, reabilitamos a biodiversidade local”.
Já Marcelo de Oliveira é vice-presidente de Ciência de Materiais e geologia de Brimstone. De acordo com a Time, o geólogo foi peça fundamental para a criação do cimento com carbono negativo da empresa, o primeiro material do tipo a ser certificado por terceiros.
A homenagem acontece há duas semanas da COP28, a conferência do clima da ONU, que ocorrerá em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, de 30 de novembro a 12 de dezembro. Outros nomes na lista da Time incluem o grupo Coldplay, a estilista Stella McCartney, a cantora Billie Eilish e o bilionário Bill Gates.