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12 de dezembro de 2024 11:47 AM

Foto: Anne Sjöholm | Chancelaria do Governo

Macron decide elevar idade de aposentadoria sem aval

Em retaliação, deputados anunciam moção de censura, que pode destituir chefe de governo.

Por Luisa Belchior, g1

Em uma medida polêmica, o presidente da França, Emmanuel Macron, invocou nesta quinta-feira (16) um artigo da Constituição francesa que lhe permitirá aprovar o aumento da idade para a aposentadoria no país sem a aprovação do Parlmento.

Em retaliação, deputados franceses, revoltados, anunciaram uma moção de censura – medida parlamentar que pode destituir o chefe do governo de seu cargo. Nos últimos dez dias, milhares de franceses foram às ruas e fizeram greve contra a reforma, que propõe aumentar a idade de aposentadoria na França de 62 a 64 anos.

A manobra é uma medida incomum na história recente da Europa Ocidental, onde a maioria dos países tem modelos de governo nos quais o Parlamento tem muita força e poder decisório sobre o Executivo. E gerou fortes críticas de autoritarismo por parte de Emmanuel Macron.

Ao longo do dia, diante da possibilidade de que os deputados pudessem barrar a reforma, aumentaram os rumores de que Macron pudesse utilizar o artigo 49.3 da Constituição, que permite ao governo francês aprovar uma medida sem consultar o Parlamento – algo muito raro e extremamente impopular no país.

No fim da manhã, o palácio do Eliseu confirmou que invocará o artigo, invabilizando automaticamente a votação que ocorreria nesta tarde na Assembleia Nacional dos Deputados do país. A sessão que estava marcada na Casa para votar a proposta foi suspensa.

No lugar, a primeira-ministra da França, Élisabeht Borne, foi à Assembleia para fazer um pronunciamento. Ela confirmou que o artigo será usado e disse que o governo utilizou a medida polêmica por estar convencido de que a reforma é a única solução para que a França não tenha que recorrer ao financiamento estrangeiro.

Em protesto, deputados, principalmente da esquerda, levantaram cartazes com os dizeres “não a 64 (anos)” e cantaram o hino nacional do país durante o pronunciamento de Borne. O deputado comunista Fabien Rous/sel indicou que “a moção de censura está pronta”.

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