1 de dezembro de 2024 3:20 PM

Foto: Alan Santos/PR

Biden diz que últimos objetos derrubados não eram da China

O presidente dos EUA afirmou que as forças armadas do país ainda está tentando recuperar os objetos, e levantou uma possibilidade: podem ser objetos de empresas privadas para pesquisas.

Por g1

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse que não há nada que indique que os últimos três objetos aéreos derrubados no país são balões de espionagem da China (veja abaixo o que se sabe dos quatro objetos derrubados pelos EUA em fevereiro).

“Nada no momento sugere que eles estivessem relacionados ao programa de balões espiões da China ou que fossem veículos de vigilância de qualquer outro país”, disse Biden.

O presidente afirmou que ainda não se sabe exatamente o que são os três objetos, mas citou a possibilidade levantada esta semana pela inteligência americana, de pertencerem a alguma empresa privada para fazer pesquisas (muitas empresas têm objetos que operam em alturas, segundo ele).

As forças armadas estão no processo de recuperar os três objetos, e haverá mais informações quando isso ocorrer, disse Biden nesta quinta-feira (16).

Congressistas dos EUA estavam exigindo mais informações sobre os incidentes que têm deixado muitos norte-americanos perplexos. Esse foi um dos motivos pelos quais Biden fez o pronunciamento nesta quinta.

O presidente afirmou que um dos motivos pelos quais os EUA detectaram três objetos voadores não identificados é que, após a aparição do balão chinês de espionagem, no começo do mês, os radares de vigilância dos americanos foram reajustados para identificar objetos lentos no céu.

As forças armadas, disse ele, agiram de acordo com parâmetros estabelecidos para o espaço aéreo dos EUA. “Eu dei a ordem para derrubar os objetos, eram um risco para aviação e de vigilância”, disse.

“Agimos com precaução para que pudéssemos derrubar os objetos com segurança”, afirmou Biden.

Caso do balão chinês

Biden falou sobre o balão chinês que os EUA derrubaram no dia 4 de fevereiro. Ele afirmou que vai conversar com o presidente chinês, Xi Jinping, sobre o assunto, mas antecipou: “Não vou pedir desculpas por ter derrubado o balão”.

Biden pediu aos seus conselheiros um levantamento sobre todos os objetos que voam sobre o território dos EUA e sugestões para novas regras a respeito do que pode ser levado aos céus no país.

Isso vai implicar um céu mais seguro para aviões e para as pessoas no chão também, segundo ele.

Balão chinês

As declarações vieram em meio a relatos de que o suposto balão de vigilância abatido em 4 de fevereiro após cruzar o território continental dos EUA teria originalmente uma trajetória que o levaria sobre Guam e Havaí, mas foi desviado do fluxo pelo vento.
O incidente com o balão levou o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, a adiar uma visita planejada a Pequim, onde ambos os lados buscavam estabilizar relações já tensas.

A presença de Blinken na Conferência de Segurança de Munique neste fim de semana aumentou a especulação de que ele poderia se encontrar com o principal diplomata da China, Wang Yi, no evento.

Biden tem feito poucos comentários públicos sobre a situação e tem sido pressionado por críticos para falar mais abertamente sobre a série de sobrevoos.

O que se sabe sobre os objetos derrubados

Quinta-feira, 2 de fevereiro: o balão chinês

O que foi identificado e quando?

O primeiro objeto voador a ser identificado pela força aérea norte-americana foi um balão: uma estrutura com a parte superior branca e um aparato tecnológico acoplado na parte de baixo.

Segundo o Pentágono (sede da defesa dos EUA) informou na quinta-feira (2), o artefato sobrevoava o estado de Montana, mas teria adentrado o país pelo Alasca e já estava em território norte-americano há alguns dias, sendo monitorado pela aeronáutica.

O objeto foi abatido dois dias após o comunicado do Pentágono, no sábado (4), e gerou uma crise diplomática entre EUA e China.

Qual a resposta da China?

Assim que os EUA identificaram o balão em seu espaço aéreo, a China afirmou que ele não passava de um aparato tecnológico usado para pesquisas meteorológicas que havia sido desviado de sua rota pelos ventos e teria viajado, assim, até o território americano.
Enquanto o governo norte-americano acusou a China de ter usado o balão para espionagem, representantes do gigante asiático alegaram que o artefato teria fins científicos e expressaram “forte insatisfação e protesto contra o uso da força pelos EUA para atacar aeronaves civis não tripuladas”.

Sexta-feira, 10 de fevereiro: OVNI (objeto voador não identificado) no Alasca

A segunda aparição também aconteceu nos Estados Unidos, no estado do Alasca. O objeto foi derrubado pelas Forças Armadas norte-americanas, por ordem do presidente, Joe Biden.

Nesse caso, no entanto, ainda não houve uma confirmação oficial sobre qual seria o objeto ou sobre a sua origem.

O que se sabe é que o artefato voava a uma altitude que o tornava uma ameaça potencial para aeronaves civis, que estava indo para a direção nordeste e que não havia indicações de que poderia ser dirigido.

Além disso, segundo o governo norte-americano, o objeto possuía o tamanho de um carro pequeno – diferente do tamanho do balão chinês – e não havia indicações de que se tratava de uma ameaça militar.

Sábado, 11 de fevereiro: OVNI em Yukon, no Canadá

Outra aparição aconteceu no sábado (11), em Yukon, no noroeste do Canadá – território vizinho ao Alasca. Nesse caso, a ordem de derrubada do objeto foi dada pelo primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau.

“Ordenei a derrubada de um objeto não identificado que violou o espaço aéreo canadense”, anunciou.

O premiê não deu mais detalhes sobre o que seria o objeto ou qual seria sua trajetória ou origem. Ele afirmou, no entanto, que o aparato “representava uma ameaça razoável á segurança do voo civil”.

Trudeau conversou com o presidente norte-americano, Joe Biden, e assegurou que as Forças Armadas canadenses já atuam para recuperar os destroços para analisá-los.
No domingo (12), o espaço aéreo sobre o Lago Michigan, no norte dos EUA e em uma região perto da divisa com o Canadá, foi fechado pela Autoridade de Aviação Civil americana (FAA). O motivo teria sido por “defesa nacional”. O espaço logo foi reaberto.

Domingo, 12 de fevereiro: OVNI no Lago Huron, nos EUA

Ainda no domingo, os militares dos Estados Unidos afirmaram que derrubaram um outro objeto voador, desta vez sobre o Lago Huron, perto da fronteira entre os EUA e o Canadá. Essa foi a quarta interceptação desse tipo por caças norte-americanos neste mês.

A informação inicial foi publicada pelo deputado Jack Bergman, do estado de Michigan, no Twitter.

Os oficiais não deram detalhes sobre a última aparição do objeto e não informaram se o aparato era manobrável ou se estava simplesmente flutuando com as correntes de ar.
Em comunicado oficial, o Pentágono afirmou que o objeto foi abatido às 14h42 deste domingo por um caça F-16, a uma altitude de 6.100 metros, por ordens do presidente norte-americano, Joe Biden.

De acordo com o órgão, embora não representasse uma ameaça militar, o objeto poderia ter potencialmente interferido no tráfego aéreo local e poderia ter atividades de vigilância.

Um oficial das Forças Armadas disse que o objeto tinha uma estrutura octogonal, com cordas penduradas e que aparentemente não carregava nenhuma carga.

O objeto havia sido detectado recentemente sobre o estado de Montana, perto de áreas militares norte-americanas, o que levou ao fechamento do espaço aéreo na região momentaneamente.

O objeto ainda não foi localizado e, segundo uma autoridade norte-americana, deve ter caído em águas que pertencem ao território do Canadá na hora em que foi abatido.
Funcionários do Pentágono disseram que têm examinado o radar mais atentamente nos últimos dias e afirmaram que ainda não foram capazes de identificar quais são os objetos recentemente encontrados ou por quanto tempo permanecem no ar.

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