Patrícia Fiúza | TV Globo
O vice-presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), o ministro Og Fernandes, decidiu que a interpelação ajuizada por lideranças do PT contra o governador Romeu Zema (Novo) só será analisada após o recesso forense, em 1º de fevereiro.
Na última segunda-feira (16), em entrevista à Rádio Gaúcha, do Rio Grande do Sul, o governador de Minas disse que “o governo federal fez vista grossa para que o pior acontecesse” no ataque antidemocrático à Praça dos Três Poderes, em Brasília, no dia 8 de janeiro.
Romeu Zema ainda disse que houve “uma lerdeza gigantesca de quem está ali para defender as instituições”. E acusou o Gabinete de Segurança Institucional de não ter se mobilizado ou feito plano de contingência.
A fala provocou reação imediata. O atual líder do PT na Câmara dos Deputados, Reginaldo Lopes, e o futuro líder, Zeca Dirceu, ajuizaram a interpelação no STJ na própria segunda-feira.
No documento, ao qual a TV Globo teve acesso, os líderes alegam que “trata-se de uma afirmação reprovável, caluniosa, incompatível com a dignidade e estatura de quem governa um dos maiores e mais importantes estados da federação”. E que “tenta responsabilizar vítimas do ataque”.
A interpelação pede para que Romeu Zema “esclareça, realmente, sem dubiedade, de forma transparente e cristalina, no prazo de 48 horas, as acusações formuladas.”
Como o pedido foi ajuizado durante o recesso no tribunal, coube ao vice-presidente, que está interinamente no comando da Casa, analisar se cabia uma decisão liminar.
No entanto, Og Fernandes ponderou que não havia pedido de liminar que justificasse a análise no plantão.
O governo de Minas foi procurado para falar sobre as afirmações de Romeu Zema, bem como sobre a ação, mas não se posicionou até a publicação desta reportagem.