Por: g1 RR – Boa Vista
A Polícia Civil liberou um grupo de seis homens suspeitos de atirar contra policiais militares na região do rio Uraricoera, na Terra Yanomami, nessa quinta-feira (23). O caso foi arquivado por “falta de provas”, segundo o delegado Francisco Evangelista de Araújo, e os materiais foram devolvidos ao grupo.
Os suspeitos eram um homem de 50 anos e outros cinco com idades entre 22 e 26 anos. O delegado constatou que “não foram apreendidas armas de fogo e tampouco qualquer tipo de material de garimpo, salvo, o motor náutico e o quadriciclo, todavia, não restou comprovada a participação deles no crime de garimpo ilegal”.
Este foi o segundo ataque armado registrado no mesmo dia. Horas antes, garimpeiros armados atacaram uma base de fiscalização do Ibama no território e um invasor foi baleado. Ele foi preso pela Polícia Federal e está sob custódia em um hospital no estado.
A prisão do grupo aconteceu por volta das 16h40, quando os policiais foram informados de que alguns suspeitos haviam atirado contra outra equipe da PM. Eles estavam em uma canoa e tentaram fugir.
Durante buscas pela região, os policiais perceberam uma movimentação em um bar localizado abaixo da ponte sobre o rio. O local é conhecido como ponto de embarque e desembarque de garimpeiros ilegais.
Ao avistarem a presença dos policiais, quatro pessoas fugiram em uma canoa. Outra embarcação, com os jovens de 26, 25 e 24 anos, foi detida pela equipe policial.
Além deles, o homem, de 50 anos, e outros dois jovens, foram presos. Os suspeitos estavam em uma caminhonete, que transportava um quadriciclo e um motor de embarcação.
Na delegacia, o delegado ouviu os policiais militares e os envolvidos. Devido à falta de provas, eles foram liberados e tiveram os bens restituídos – a caminhonete, o motor e quadriciclo.
Outro ataque
A ação aconteceu no mesmo dia em que garimpeiros armados furaram o bloqueio de fiscalização na Terra Indígena Yanomami e atiraram contra agentes do Ibama. Os ficais revidaram e um dos invasores foi baleado.
O Ibama informou que os criminosos atiraram contra agentes do órgão que haviam abordado uma das embarcações. Os criminosos desciam o rio Uraricoera em sete “voadeiras” de 12 metros carregadas de cassiterita.
O carregamento de minério roubado da terra indígena foi identificado por drones operados pelo Ibama. Após o ataque, os criminosos fugiram e o garimpeiro baleado, Gelso Barbosa Miranda, de 32 anos, foi preso pela Polícia Federal no Hospital Geral de Roraima (HGR).
O ponto de fiscalização fica na comunidade indígena de Palimiú. A segurança da base, instalada no último dia 7, é feita por agentes da Força Nacional de Segurança Pública, da Polícia Rodoviária Federal e do Ibama.