23 de novembro de 2024 4:07 AM

Polícia descarta transfobia e investiga se cantora trans foi morta por facção

Não há confirmação de que Santrosa estaria ligada a alguma organização criminosa. Até o momento, nenhum suspeito foi identificado pela polícia.

Reprodução

Por g1 MT

A Polícia Civil informou, nesta segunda-feira (11), que descartou a possibilidade da cantora transexual, de 27 anos, conhecida como Santrosa, ter sido morta por transfobia. A artista foi encontrada decapitada, com as mãos e pés amarrados em Sinop, a 503 km de Cuiabá, no domingo (10), um dia após desaparecer.

Segundo o delegado da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Braulio Junqueira, a principal linha de investigação sobre a motivação do crime é de que a vítima estaria contra a organização criminosa Comando Vermelho (CV) e repassando informações a outras pessoas, que ainda não foram identificadas.

“A forma como foi feita a execução, sequestrar e decapitar a pessoa é uma marca registrada dessa quadrilha. É para demonstrar o que é feito com caguetas, com informantes, com pessoa que joga contra os interesses desse Comando Vermelho. Então, em razão disso, a polícia vai trabalhar agora para ver se consegue chegar aos autores desse crime. Nós não temos dúvida de que quem matou foi um integrante do Comando Vermelho. E agora falta definir realmente a motivação desse crime”, disse o delegado.

Ainda de acordo com o delegado, ainda não se sabe se Santrosa estaria ligada a alguma organização criminosa ou se passava informações do Comando Vermelho à facção rival ou para autoridades políticas, já que ela era suplente de vereador pelo PSDB pela primeira vez na cidade e “ficou assustada com o que acontecia na política”, segundo amigos da vítima.

Até o momento, nenhum suspeito foi identificado pela polícia.

A Polícia Militar informou ainda que houve reforço no policiamento em toda a região de Sinop.

Entenda o caso

Santrosa morava com o pai. No sábado (9), ela participaria de dois eventos e foi vista pela última vez no período da manhã.

Quando o pai voltou para casa, por volta de 18h, encontrou a porta da casa semiaberta e o ambiente bagunçado. Segundo ele, alguns objetos também desapareceram do local. De acordo com a Polícia Civil, o corpo de Santrosa foi encontrado com as mãos e pés amarrados e decapitada.

Em nota, a Associação da Parada do Orgulho LGBTQIA+ de Mato Grosso informou que acionou o Grupo Estadual de Combates aos Crimes de Homofobia (GECCH) e que cobrará as autoridades a apuração para revelar os culpados.

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